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segunda-feira, maio 2

limites e transições

Num mundo bizarro, num submundo de tudo o que são ideais que se almejam ou expectativas de um social de vida, num submundo escuro húmido e frio caem mergulhando a pique os que se foram perdendo dentro do que é considerado socialmente como natural… nesse mundo deambulam para sempre almas perdidas odiosas por disposição que se estranham a cada olhar e se consomem a si mesmas fruto de raiva mal contida… cidades sem luz nem sol sem esperança ou céu azul! …pequenas torres de Babel e eu não falo hebraico, quem sou? - perguntam-me sem desconfiança como se fosse a segunda vez (segunda vida) que andasse por ali.


Através dos meus olhos as carcaças - antes eram gente facilmente lêem a minha alma outrora atraiçoada pelos meus próprios desejos e ambições agora resignada à miséria e perda desabituada de ter porque quem tem nada possui (ou se acredita).


Vagueio e sem receio vou reconhecendo traços familiares em caras que se me desconhecem… apenas reflexos de quem nunca conheci de verdade (pois nunca vivi nem me preocupei de facto enquanto vivo) agora morto tudo me escapa … eles são mais perfeitos quando mortos pois as falhas que vejo desaparecem quando as identifico e imediatamente ali tudo se aperfeiçoa… os seus sons os seus cheiros - talvez me escondam do palato e do cheiro para que não me perca, pois por cá é melhor ser Imune à dor de quem ama e à coragem de quem acredita, sim isso é doença que queima por cá.


Ser pessoa de verdade isso é coisa de bem, e por cá é melhor escolher apenas imaginar, pois enquanto se nos cortam a frio as pequenas lembranças de quem se riu connosco enquanto foi Rei pois foi ser vivo e disso é testemunha a terra o céu e o mar, a terra ainda que vermelha que tão bem conhecem os meus joelhos pois doem-me tanto por andar dobrado à séculos que preciso por necessidade pura, como a sede seca a voz no deserto e carece de água, preciso caminhar como um homem (para me lembrar) preciso voltar a caminhar como um homem (para nos lembrar), o homem que fui… porque eu não me fui realmente embora nem tu te esqueceste mesmo de nós.


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