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domingo, fevereiro 20

para ser é preciso querer, muito!

… esse ruído intenso e desmedido, mudo faz-me querer ficar…


ouvir o que não foi dito escolher sempre um pouco (mais) do que é infinito o que não se pode comprar nem uma atenção sequer chamar, porque é nosso de direito se a isso nos quisermos dedicar, logo, logo saberemos que é nosso de direito por que foi feito assim há muito tempo… esse ruído intenso e desenfreado dos nossos dias tudo nos faz distorcer da realidade.


quem não se esquece do que sente ou precisa em detrimento daquilo que quer ou ouviu forte que sim, quem não falha uma esquina, porque ouviu mal as indicações, quem não escolhe (propositadamente) mal (inconscientemente) um caminho só para se tentar encontrar (uma e outra vez)…

- é ruído a mais para me concentrar! quem não disse ou ouviu algo assim nestas andanças dos nossos dias? quem...


é por isso que eu enquanto pude, corri contra os meus medos e demónios, atento e livre hoje confesso que nunca deles me livrei (totalmente) mas sempre, juro por Deus que sempre (ainda hoje), sempre tentei, lutei por nunca ceder esse espaço d'alma do espirito que é meu, nosso por direito, aos homens que levam-nos tudo o que quiserem de nós… se nos esquecermos de ouvir atentamente o que canta dentro de cada um de vós… de nós.


vou ver quem não se assume ou presume, quero ouvir quem nada me diz e conversar com quem apenas ouve... ser ouvido antes de alguém por mim mesmo.


tão perto quanto longe, do alto de uma montanha sei que se me centrar posso ouvir o mar junto com a rebentação a suspirar num estrondoso alivio "enfim cheguei" embater contra a rocha que a espera naquela praia forte e nua desde sempre ali, é um fim em si, de um finalmente expressar tudo o que "aquela onda" viu e não contou tudo o que ouviu mas calou esperando quase eternamente até que se lhe fosse dada a brecha para se soltar e voar pra perto dali…


gaivotas no ar sobre o mar ouço-as aqui perto comunicar entre si e o vento para as fazer voar, o seu pedaço do mundo enfrentar a levitar apenas com os "braços abertos" é seu de direito ninguém o pode negar.


Ainda que nos convençamos do facto, do que é deles do que é nosso - nada nos será dado sem luta… pelo menos onde eu vivo. é preciso dar a cara dizer aqui sou eu, um dia, dois dias uma vida, porque para ser é preciso querer, muito! … e como querer é poder, perco-me (desmaio) na minha própria bebedeira até que me belisque a vida torta, para a ir apreciando ainda assim…