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domingo, junho 7

Alto Hama


Os dias têm passado de uma forma que me tem agradado, estou com episódios que carregam alguma riqueza de cultura.

Já que fiz viagens a lugares que só ouvia falar em pequeno, lugares em que houveram guerras de posse sobre algumas cidades como é o caso da cidade do Huambo, a quem os antigos se referem como a Nova Lisboa, que coisa por que não lhe chamaram Novo Rio de Janeiro pergunto-me se assim não lhe teriam dado o charme e o jeitinho esperto para se livrar das garras do mal que lhe assolaram, e ainda hoje se denotam nas fachadas de alguns prédios picotadas de marcas de munição de todo o tipo.

Ainda penso nos mais de seiscentos quilómetros que percorri de Luanda ao Huambo, e na tristeza que me fazia pensar ao reparar que aldeias de cinquenta pessoas separadas de outras aldeias de mais cinquenta pessoas erguiam bandeiras de partidos políticos distintos, caía em mim quando percebi, que se fosse feita recruta de aldeia por parte de determinada facção, seriam entre aqueles que empunhariam as armas será que não foi mesmo assim?

Vizinhos a lutarem e a morrerem combatendo uns contra outros, por uma coisa que ao andar na estrada me incomodava. Que coisa? Se hoje não têm mais do que tinham antes, para além dos sobreviventes que trazem chagas de balas sem condecoração nem recompensa monetária ou reconhecimento.

Chegado ao Huambo deparei-me com uma cidade limpa e que tem um certo charme chamo-lhe assim, a simpatia de algumas pessoas augura um bom sentir, e estar, é o famoso planalto central onde o povo é mais educado e à vontade de aprender a percorrer o caminho da educação junta-se-lhe um trago de humildade.

Combinado com a beleza das senhoras da região cria uma atmosfera de atitude e saber estar um Alentejo com alto nível digamos, com mais de mil metros acima do nível do mar. Esse ajuste de altitude provocou-me ligeiras hemorragias ao nível do nariz que só se soltou quando descemos de novo para Luanda.

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