terça-feira, maio 8
Tem gente esquisita em Faro
Tem gente esquisita em Faro…tem gente esquisita nesta cidade de onde saem os medos do chão e se transformam de acordo com o grau da imaginação, onde crescem sombras, abismos ou penumbras iluminadas pelo breu na companhia de mortos-vivos de zombies criaturas de silhueta a parecer-se com o homem de alma pobre de espírito vergado de nenhuma fonte de inspiração, vem de onde esta cidade que ás vezes me detesta, que sempre me assusta sem por ventura me amedrontar, de quem foi a primeira pedra, esses tão famosos mouros.
Os que foram, os que ficaram, os que foram e não voltaram, os que vieram cá dar cá parar cá aprender e ensinar, vêem de onde, os que lá nada plantaram e cá, em casa se encontraram, cá cultivam ainda, e fazem mais fortes as vontades, os devaneios, as ambições de um qualquer ser, cá criam lavouras mais fortes mais verdadeiras mais familiares.
Sem procurar em mais nenhum lugar a saudade de sei lá o quê mais, e o vazio que em nós se depara aquando das distracções, que estranha é esta cidade,
Sei que não foram mais que muitos os momentos, mas foram alguns ou tão poucos, os loucos desta procura, neste caos, neste lugar ponho-me a perguntar, que é preciso andar, mas porque me ponho eu a pensar, neste lugar que a mim me faz vacilar, como se um filho me quisesse tirar, os amigos, se for só mais um lugar, sim, e se é só isso, e se for só isso, esse lugar dentro mim da minha cabeça que mais me diz para não parar se é isso que tu queres se é isso, bem, mal, a bem ou a mal tem de ser neste lugar que o ventre me mais implodir, que as entranhas me irão avisar, que tem mar este lugar, que tem lugar tem beira mar, que os cantos dos pássaros são livres mais livres que noutro algum lugar, vem, também sei que sabes do que estou a falar, de montanhas simpáticas, de prados viçosos, de cearas, de casitas de monte, de vaquinhas, de sonhos, se são, se o for, também sei que são neste lugar, que dentro de mim me olha me segura me não quer largar, que me empurra, se isto é ser mulher sei que vou ser neste lugar, mulher deste lugar amar e perder para me encontrar, isso que me vai ensinar este lugar, que os dia têm o tempo que lhes dá o sol e a noite vinga-se resoluta, e á noite se faz orvalho para também eles se porem a pensar e sair á rua devagar, nesta cidade, neste prado, nesta sala, neste quarto, vem que sei que vens por bem, sei que virás devagar, é estranho tanta gente esquisita me faz querer chorar, por querer ser uma, por querer ser mais uma dos característicos, dos invulgares, mas porque me sinto bem neste lugar nesta cidade, sendo que eu sou parte de gente esquiva, o bem que tem este lugar faz me querer por ti lutar, amar, que mais vou encontrar, sei que vens por bem sei que virás devagar oh pátria de rua oh nação de bairro, posso ser o que eu quiser, podes ser o meu querer, podes ser, o meu querer o meu querer o meu querer, sei que não me vou parar, sei que em mim tu estarás, a menina ainda a menina dos meus papás, sei que cá gostaria de ficar, quando me for, sei que irei recordar de ser parte de um lugar tão forte e belo que nasceu perto de ti senhor mar, e me viu por inteiro, me viu inteira, mulher de Faro, vou ficar e gostar, abraçar de mansinho todo o dia que viver, de faro apurado, esperando, expectante vontade de andar devagar, ver a minha mamã cozinhar, sei que há gente estranha ainda sei que há gente estranha neste lugar, mas não faz mal, hoje sou senhora do meu castelo, musa dos meus instintos de mulher ainda menina, diz-me que sim que somos nós este lugar, que fazemos o que somos que os sonhos são aqui que os sonhos são aqui do lado de cá do mar.
foto do goulão ver mais em "o mundo pelos meus olhos"
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