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quinta-feira, setembro 13

Perdidamente


Depois de uma manhã que começou tarde, por me ter esquecido de ligar o despertador, acordei já o sol brilhava.

Não faz mal fui pensando pra mim, enquanto, me dirigia para sala à procura do telemóvel, com intuito de avisar a malta no trabalho, que eu ia, só que ia tarde, tratei de tomar o pequeno-almoço antes de sair de casa já que mal por mal, trato-me bem...

chegado ao lugar de labor, foi reposta a normalidade dos outros dias, quebrada apenas, por volta da hora do almoço, quando uma cliente dos seus sessenta aninhos se dirigiu a mim, para tratar de um assunto, que não vou referir por motivos profissionais.

apenas precisam saber que a mulherzinha queria comprar um carro, e como é óbvio precisa de dinheiro para ter o carro, entretanto, foi-se fazendo conversa de passar o tempo, e eu com a minha falta de à vontade nestas coisas disse-lhe que sim, que era preciso o dinheiro e saúde, e apenas isso, não sei se o disse com convicção a mais, ou não, mas sei que a mulher me contra-respondeu perguntado-me:

- e o amor incondicional?

a minha resposta ainda foi pior que a primeira: - isso logo se vê! respondi apressado e tenso por não conseguir perceber o que se estava a passar, estive quase a dizer-lhe para não perder tempo com isso.

Agora, pergunto eu a voçês, o que será que a mulher queria? eheh!? Pois claro, conversa e mais conversa...



"Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Áquem e de Além Dor!

É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!

É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!

E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!" Florbela Espanca

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